A avaliação é do secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, que vê a possibilidade de um incremento de até 10% no PIB com iniciativas já aprovadas pelo Congresso Nacional ou ainda em tramitação.

Pinto destaca três grandes mudanças "gradativas" na economia:

  1. A reforma tributária, que pode elevar o PIB em pelo menos 6%, graças à reorganização do sistema de cobrança de impostos. Hoje o Brasil é campeão mundial em burocracia tributária, taxa excessivamente investimentos produtivos e estimula uma má alocação de recursos — por exemplo, com centros de distribuição que vão para estados não por razões logísticas, mas devido à existência de incentivos fiscais.
  2. O Pé de Meia, programa voltado a estudantes matriculados no ensino médio e inscritos no Cadastro Único. Por meio de uma poupança, liberada à medida que os alunos vão completando ciclos de estudos, estima-se a queda da evasão escolar em um terço. Isso complementa outros programas de ampliação do o ao ensino universitário, como o Fies e o Prouni, com impacto de 1% no PIB.
  3. Minirreformas que vão aumentando a disponibilidade de crédito e diminuindo o custo de empréstimos no sistema financeiro, facilitando investimentos. Estima-se um efeito de até 3% do PIB.
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Nos últimos três anos, o crescimento do PIB no Brasil ficou acima do originalmente projetado pelo mercado. No primeiro semestre de 2024, o cenário se repetiu.

Isso significa que aumentou, sem a adequada percepção dos economistas, o PIB potencial?

"Sim", responde taxativamente o secretário. "Temos que olhar com atenção para uma série de mudanças e reformas que aconteceram, elevando a produtividade da economia".

Grande parte dos bancos e consultorias privadas calcula em 2% a 2,5% o PIB potencial, ou seja, é isso o que o Brasil pode crescer sem gerar pressões inflacionárias.

Quanto essas reformas aumentaram o PIB potencial? Marcos Pinto prefere não cravar: "É muito difícil dizer um número. O processo de evolução é gradativo e demorado. Mas que existe, existe".

Alguns efeitos das mudanças na economia real: existem mais jovens em cursos de ensino superior hoje do que em qualquer outro momento da história brasileira; o financiamento de veículos cresceu 40% nos últimos 12 meses (graças ao novo marco das garantias); o spread bancário para pessoas físicas diminuiu 7 pontos percentuais de um ano para cá.

Medidas

De acordo com o secretário, algumas reformas "silenciosas" já foram aprovadas pelo Congresso e estão em vigência.

Há, segundo Marcos Pinto, outros sete projetos de lei que vão introduzir novas mudanças. Eles estão em diferentes estágios de tramitação.

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