Com a saída da JBS, a bolsa pode sentir um grande impacto, já que os papéis da empresa movimentaram, em média, R$ 421,3 milhões por dia em 2025 até esta sexta, segundo levantamento da Elos Ayta.
Esse é o maior nível de liquidez da JBS desde 2019 e um novo recorde, representando 2,19% de todo o volume financeiro médio diário da B3 neste ano.
Há mais de 5 anos, a representatividade das ações da empresa de alimentos sempre teve um peso relevante, próximo ao valor do mercado.
Em 2019, a participação no volume financeiro médio anual era de 1,75%, seguido de algumas pequenas quedas e depois uma recuperação em 2024 e 2025 — majoritariamente acima de 1%.
"Essa guinada não aconteceu por acaso. Ela reflete uma maior atenção dos investidores em meio às expectativas da listagem nos EUA, somada a uma série de fatores estruturais — entre eles, a maior previsibilidade nos resultados da companhia e o apetite crescente do mercado externo por ativos de proteína animal", explicou a Elos Ayta.
A JBS também deixará um espaço considerável em termos de valor de mercado. Em 2025, a empresa responde por 1,96% da capitalização total da B3, número próximo aos 2,04% registrados no final de 2024.
De acordo com o levantamento, esse cenário pode indicar que a ação da companhia teve uma maior circulação entre os investidores, em função da preparação para a listagem no exterior.
A dupla listagem de ações nos Estados Unidos e no Brasil foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 30 de maio, em movimento que busca "destravar" valor da companhia e adequar a estrutura de capital ao perfil da empresa, maior produtora global de carnes.
A negociação na bolsa de valores brasileira ocorre de forma semelhante àquela feita com as ações, sendo que a distribuição de dividendos pela empresa será destinado aos detentores dos BDRs.
Os certificados de depósito de valores mobiliários, conhecidos no mercado como BDRs, são certificados representativos de ações de empresas estrangeiras, negociados no Brasil.
Dessa maneira, empresas estrangeiras conseguem estabelecer presença no mercado de capitais do Brasil e aumentar a visibilidade.
Os BDRs podem ser lastreados em ações negociadas no exterior emitidas por emissores estrangeiros, títulos representativos de dívida negociados no exterior e emitidos por emissores estrangeiros ou por companhias abertas brasileiras com registro na CVM, além de cotas de fundos de índice (ETFs) negociados no exterior.
Acompanhe Economia nas Redes Sociais