"Os Estados Unidos deixaram claro que não apoiaríamos nenhuma medida que não condenasse o Hamas e não exigisse que o Hamas se desarmasse e deixasse Gaza", disse a embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, ao conselho antes da votação.
"Esta resolução prejudicaria os esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo que reflita as realidades locais", disse ela sobre o texto apresentado por 10 países no conselho de 15 integrantes.
Os 14 integrantes restantes do conselho votaram a favor do projeto de resolução.
Israel rejeitou os pedidos por um cessar-fogo incondicional ou permanente, alegando que o Hamas não pode permanecer em Gaza.
O governo israelense renovou a ofensiva militar em Gaza – também buscando libertar reféns mantidos pelo Hamas – desde o fim de um cessar-fogo de dois meses em março.
Autoridades de saúde de Gaza disseram que ataques israelenses mataram 45 palestinos nesta quarta-feira e Israel afirmou que um soldado morreu em combate.
Uma crise humanitária também atinge o enclave de mais de 2 milhões de pessoas: a fome se aproxima e a ajuda tem chegado aos poucos desde que Israel suspendeu o bloqueio de 11 semanas em 19 de maio.
Nenhuma ajuda foi distribuída pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA, nesta quarta-feira.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) disse ter pedido aos militares israelenses que "orientem o tráfego de pedestres de forma a minimizar os riscos de confusão ou escalada" perto de posições militares; desenvolvam orientações mais claras para civis; e intensifiquem o treinamento para apoiar a segurança civil.
Funcionários de hospitais disseram que mais de 80 pessoas foram mortas a tiros e centenas ficaram feridas perto de pontos de distribuição em um período de três dias a partir de domingo (1º), incluindo pelo menos 27 mortos na terça-feira (3).
Moradores locais disseram que soldados israelenses abriram fogo contra uma multidão na terça-feira, que se aglomerou antes do amanhecer em busca de comida. Os militares negaram, mas reconheceram que as tropas atiraram contra "suspeitos" que ignoraram os tiros de advertência e se aproximavam de suas linhas.
"Nossa principal prioridade continua sendo garantir a segurança e a dignidade dos civis que recebem ajuda", disse um porta-voz do GHF.
O novo processo de distribuição de ajuda — atualmente em apenas três locais — foi lançado na semana ada. A ONU e outros grupos de ajuda humanitária afirmam que o modelo, que utiliza trabalhadores privados de segurança e logística dos EUA, militariza a ajuda.
A ONU culpa Israel e a ilegalidade no enclave por dificultar a entrega de ajuda a Gaza e sua distribuição por toda a zona de guerra. Israel acusa o Hamas de roubar ajuda, o que o grupo nega.
O recém-criado GHF afirmou na terça-feira que distribuiu mais de sete milhões de refeições desde o início de suas operações, há uma semana.
A guerra em Gaza dura desde 2023, depois que combatentes do Hamas mataram 1.200 pessoas em Israel em um ataque em 7 de outubro e levaram cerca de 250 reféns de volta ao enclave, de acordo com dados israelenses. Muitos dos mortos ou capturados eram civis.
Israel respondeu com uma campanha militar que matou mais de 54 mil palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza.