Chico Buarque foi escolhido para receber o prêmio em maio de 2019, no entanto, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) não assinou o diploma da premiação. Na época, Bolsonaro chegou a ironizar a situação dizendo que ia "até 31 de dezembro de 2026", dando a entender que seria reeleito.

"Esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê. O ataque à cultura em todas as suas formas foi parte importante do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui é porque finalmente a democracia venceu no Brasil", disse Lula em seu discurso.

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Ao receber o prêmio, Chico Buarque declarou que "valeu a pena" a espera.

Em outubro de 2019, ele publicou em suas redes sociais que "a não de Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões". Na cerimônia desta segunda-feira, o cantor voltou a agradecer ao ex-presidente por não ter assinado seu diploma no ano em que ele foi premiado para "deixar espaço" para a de Lula.

"Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado, eu já me perguntava se me haviam esquecido ou quem sabe se prêmios também são perecíveis", brincou Chico Buarque em seu discurso. "Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos."

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