Ksenia Karelina, 33 anos, foi detida em Yekaterinburg no início deste ano enquanto visitava os avós. Ela é acusada de doar US$ 51,80 (R$ 280,95) para uma instituição de caridade ucraniana nos EUA, segundo seu empregador – um spa em Beverly Hills, Califórnia.
Seu julgamento começou na manhã desta quinta-feira (20) e será realizado a portas fechadas. Se condenada, ela pode pegar até 20 anos de prisão.
Karelina, residente em Los Angeles e bailarina amadora que se tornou cidadã americana em 2021, entrou na Rússia em janeiro, mas os EUA só souberam da sua prisão em 8 de fevereiro.
Chris Van Deerden, namorado de Karelina, disse à CNN que comprou agens para ela visitar o país como presente de aniversário. Ele disse que ela estava “orgulhosa de ser russa e não assiste ao noticiário. Ela não intervém em nada sobre a guerra.”
“Acredito que a América a trará de volta para mim”, disse Van Heerden.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) acusou Karelina de participar em “ações públicas para apoiar o regime de Kiev”. A organização à qual Karelina supostamente deu dinheiro, a organização sem fins lucrativos Razom for Ukraine, com sede em Nova York, disse estar “chocada” com a sua detenção.
Karelina está entre vários cidadãos americanos detidos em prisões russas, incluindo jornalistas e ex-soldados.
Os promotores russos confirmaram esta semana que o repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, o primeiro jornalista americano a ser preso sob acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria, será julgado em 26 de junho.
Seu julgamento também será realizado a portas fechadas em Yekaterinburg, onde foi preso há mais de um ano.
Ao discutir o caso de Karelina, o jornalista de investigação russo Andrei Soldatov disse à CNN que o FSB pretende “construir um banco de reféns com aportes americanos”, que Moscou possa usar “como alavanca” em quaisquer negociações com Washington.
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