“Atenção especial ao Senado, onde o bolsonarismo trama a retomada de seu projeto autoritário e ditatorial”, afirmou Dirceu, em carta à militância do PT divulgada nesta segunda-feira (26).
Para Dirceu, buscar aumentar a bancada petista no Senado é um dos os necessários para criar as “condições” de reeleger o presidente Lula (PT) no mesmo pleito.
Em 2026, os eleitores vão eleger dois senadores por estado, o que pode levar a uma renovação de até 2/3 da Casa, onde os eleitos cumprem mandatos de oito anos.
Atualmente, o PT conta com nove entre 81 senadores. Seis deles (dois terços da bancada) cumprem mandatos que encerram com a próxima eleição geral.
No antagonismo ao PT, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem 14 senadores; seis deles (menos da metade da bancada) estão com mandatos em vias de encerrar.
Tanto PL, como PT, estão dispostos a abrir mão de lançar candidatos a governos estaduais para emplacar nomes competitivos no Senado, como apurou o analista da CNN Pedro Venceslau.
Para Bolsonaro e seu grupo político, ter força no Senado pode facilitar a abertura de processos de impeachment contra ministros Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2022, quando os estados elegeram 1/3 do Senado, oito mandatários foram eleitos pelo PL e quatro, pelo PT.
A carta de José Dirceu reitera o apoio do ex-ministro à candidatura do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva à presidência do PT e pede a unidade do partido.
Além da “atenção especial” ao Senado, Dirceu também pediu que o partido priorize as discussões sobre a necessidade de uma reforma política.
“Trata-se de uma urgência, dada a degradação do parlamento via o desvirtuamento das emendas parlamentares e os desvios de recursos para fins eleitorais”, afirmou.
O ex-ministro também citou como outros exemplos de “degradação” o “avanço” do Congresso sobre as prerrogativas do Executivo, as “ameaças” ao Judiciário e a “indecente decisão” de aumentar o número de deputados.
“O PT deve priorizar a reforma política nos próximos anos, construindo uma proposta e a defendendo junto à cidadania”, declarou.
A proposta de aumentar o número de deputados foi aprovada na Câmara no início do mês. Já no Senado, há discussões sobre o fim da reeleição para presidentes, governadores e prefeitos.