A decisão visa manter o controle sobre os processos sob suas relatorias, evitando que decisões tomadas por outros ministros durante o recesso possam alterar o rumo desses casos. Historicamente, o período de recesso confere mais poder ao presidente do STF, que pode analisar pedidos urgentes e liminares, inclusive em processos de relatoria de outros colegas.
Ao permanecerem atuantes, os ministros buscam impedir uma estratégia adotada por alguns advogados, que é obter uma decisão desfavorável de um ministro relator e, posteriormente, durante o recesso, tentar uma decisão diferente do presidente da corte.
Essa prática é vista com ressalvas no STF, por ser considerada uma tentativa de manipular a relatoria de certos processos. Com mais ministros trabalhando durante o recesso, essa estratégia torna-se menos eficaz.
O movimento ganhou força após uma divergência entre os ministros Luís Fux, então presidente, e Marco Aurélio Mello, decano, em 2021, envolvendo o traficante André do Rap. Na ocasião, houve uma "guerra de liminares", com um ministro revogando a decisão do outro, o que gerou confusão e mobilizou os demais a permanecerem atuantes durante o plantão.