"Eu não mudei meu tom. Não há conduta nova. Há um PGR agindo politicamente. É por isso que reafirmo: no Brasil há um Estado de exceção, a "justiça" depende do cliente, o processo depende da capa. Por isso decidi ficar nos EUA, para estar livre e bem desempenhar a defesa das liberdades dos brasileiros, algo quase impossível de ser fazer no Brasil hoje", escreveu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no X (antigo Twitter).
1 - Quando arquivou pedido para apreender meu aporte, em 18/MAR, o PGR disse que minha atividade era lícita. Sigo fazendo o mesmo trabalho de sempre. Se minha conduta é reiterada, deve então haver um fato novo para ensejar a abertura de inquérito agora. Porém, o próprio PGR… pic.twitter.com/EAvyQIULkQ
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 26, 2025
A PGR acusa o parlamentar de coação no curso do processo, embaraço à investigação que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
O processo terá relatoria do ministro Alexandre de Moraes, por ter relação com outras investigações similares, como o inquérito das fake news e a ação penal sobre uma tentativa de golpe de Estado no país.
De acordo com o procurador-geral, Paulo Gonet, Eduardo Bolsonaro teria utilizado um "tom intimidatório" para tentar atrapalhar o julgamento técnico da ação penal contra o ex-presidente pela tentativa de golpe de Estado.
"A busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal em curso contra o sr. Jair Bolsonaro", afirma Gonet na petição.
Para ele, as manifestações do deputado federal ilustram que ele "se dedica com denotada diligência ao intuito de impedir, com a ameaça, o funcionamento pleno dos poderes constitucionais" não só do Supremo, mas também da Polícia Federal e da própria PGR.
Segundo Gonet, a gravidade das ameaças se tornou ainda mais relevante depois que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, itiu a possibilidade de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"As retaliações buscadas, concatenadas e anunciadas intrepidamente contra as autoridades responsáveis pela condução dos casos mencionados nesta peça se assomam como graves atos de interferência sobre o livre exercício dos poderes constitucionais", destacou o PGR.
Gonet pede ainda o monitoramento e a preservação do conteúdo postado por Eduardo nas redes sociais e o depoimento de seu pai, que ele seria o responsável financeiro pela permanência do filho nos EUA.
*Com informações de Luísa Martins