“Em momento algum fui constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente”, afirmou o senador.
Segundo Mourão, após aceitar o convite para ir ao STF, a conversa ou a ser apenas sobre o estado de saúde de Bolsonaro, “visto que se recuperava de recente cirurgia.”
Na terça-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Polícia Federal (PF) tome o depoimento do senador sobre sua conversa com Bolsonaro, no prazo de 15 dias.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou indícios que o senador teria sido influenciado e coagido pelo ex-presidente para falar ao STF.
"Revela-se necessário, a priori, a oitiva da testemunha a fim de averiguar a veracidade e a extensão dos fatos veiculados, possibilitando a formação de um juízo de valor fundamentado e esclarecido sobre a matéria, antes da adoção de outras medidas eventualmente necessárias ao caso", diz a petição da PGR.
Mourão depôs ao STF na condição de testemunha de defesa de Bolsonaro, no processo que apura a ação do núcleo 1, o chamado "núcleo crucial", na tentativa de golpe de Estado em 2022, do qual o ex-presidente faz parte.
Ao Supremo, a PGR também solicitou que a petição seja analisada de forma sigilosa e avulsa ao processo da ação penal do golpe.
A ligação de Bolsonaro para Mourão foi revelada inicialmente pelo portal Metrópoles e confirmada pela CNN com o próprio senador.